Uma comunidade

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Países separados e Unidos

dezembro 31, 2013

FELIZ 2014

2013 é história. Viramos a página e desejamos a si, querido e atencioso leitor, votos de ano novo cheio de venturas!


dezembro 18, 2013

Nível Económico Versus Aproveitamento Escolar: Que ligações?


UM ESTUDO DE CASO NO LUBANGO - ANGOLA



Muitas vezes, não temos respostas às questões económicas e sua influência no ensino-aprendizagem. Este estudo, esclarece alguns tabus e conjeturas com recurso à sociologia da educação.

Faça o seu download grátis do estudo feito pelo investigador Edgar Jacob e divulgado em Portugal.


dezembro 06, 2013

Nacionalização da Língua Portuguesa em Angola

UM PROCESSO MOROSO MAS IRREVERSÍVEL

 
A língua dança, vai à lavra e come connosco!















Chegou à bordo de uma caravela no século XV. Invadiu os reinos do Kongo, Ndongo, Matamba e outros. Passado vários séculos é 're-invadida', nacioanlizada, apropriada pelos 'donos de casa'. Torna-se mais angolana e diferente do português brasileiro, português, moçambicano, guinenense, caboverdiano, são-tomense, 'macauense'.

Uma perspetiva tratada em doutoramento. Acesse à Tese.

novembro 27, 2013

A INTEGRAÇÃO SOCIAL DOS KHOISAN


MINORIAS ÉTNICAS

Uma publicação do nosso Blogue que se espalha pelo mundo através do Youblisher que começou à bordo da TAAG - Angola AirLines

 











Faça o seu download grátis clicando aqui

novembro 18, 2013

Interferência Linguística do Umbundu no Português e Respectiva Aprendizagem


A PROBLEMÁTICA DO PORTUGUÊS E AS LÍNGUAS "NACIONAIS"


Uma gentileza da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Leia esta dissertação clicando aqui.


novembro 11, 2013

ANGOLANIDADE

UM CONCEITO ECLÉCTICO








Nenhum povo do mundo é igual ao outro. Cada um tem à sua trajetória traçada ao longo do tempo. Nisto forjaram-se às identidades, que para Barbosa (2003:267)
      
 O conceito de identidade pressupõe uma corrente selectiva que não abrange completamente a  variedade e diversidade de uma determinada pessoa, sociedade ou nação.

Kola Jean-François ( 2005) não escondeu à dificuldade em discutir o conceito e, preferiu dividi-lo em múltiplas abordagens e, sob o ponto de vista de Alex Mucchieli, fragmentando-o em: l'approche psychologique;  sociologique; psycho-sociologique; anthropologique;  philosophique e por fim,  l'approche littérairet.

Ao  fim de largas páginas Kola não passa dos limites da noção de alteridade do conceito de identidade.  O "eu" individual e "outro". O "nosso" particular e "deles" sendo que, para várias abordagens, as particularidades prendem-se com os campos de estudo disciplinar.

Ainda assim, em certa ocasião Kola (p.40) reforça a ideia de Alex Mucchieli quando diz que

L’identité est un ensemble de significations (variables selon les auteurs d’une situation) apposées par des acteurs sur une réalité physique et subjective, plus ou moins floue de leurs mondes vécus ensemble constitué par un autre acteur. C’est donc un sens perçu donné par chaque acteur au sujet de lui-même ou d’autres acteurs.

A descoberta do si, não é uma tarefa desfazada do passado, antes procurará dialogar com às raízes para possuir o seu carácter. Por isso, Paul Ricouer[1] (1991: 139) afirma que é pela escala de uma vida inteira que o si procura a identidade[2].

A descoberta do si é uma tarefa que envolve pelo menos uma questão fundamental: quem sou?

Para o caso da angolanidade, a resposta obrigará, antes de tudo, a formulação de mais  duas questões: 

Quem fomos? e para onde vamos ou queremos ir?

A angolanidade é muitas vezes definida e enquadrada na linha ideológica da negritude, da africanidade que obviamente, lhe serviram de substrato para uma auto – definição/identificação.

Começou por ser um critério de nacionalidade, mais tarde de pertença à nação e de confirmação da sua existência. É um fenómeno social, cultural totalizante e normativo que se manifesta também na criação literária de Angola. (Santili, 2003; Mata, 2012; Venâncio, 1987)

A angolanidade assume um protagonismo decisivo no processo de formação da identidade nacional pois,

[…]começara por ser um critério de nacionalidade, passou a critério de pertença à nação e, portanto, de confirmação da sua existência. (p.58) […] esta foi pensada – e supõe-se que ainda o seja – para além das diferenças de natureza classista, rácica, étnica ou regional e foi propulsor de uma identidade concebida como resultado de mudanças originadas pelo poder colonial – porém, mudanças originadas no espaço urbano.[3] (p. 61)

Ainda assim, segundo Pepetela (1992: 99) a angolanidade é um conceito abstracto que ninguém sabe muito bem o que é, pelo que rebate:

No fundo não conseguimos até hoje teorizar, definir o que é isso de angolanidade. Isto embora esteja patente na obra dos escritores angolanos, claro. Creio que é um conceito que se vai procurar ainda durante muito tempo.

As diversas interpretações sobre o conceito de angolanidade tem demonstrado a sua instabilidade, mobilidade e evolução. Em cada época ela serviu para designar e particularizar as características da identidade de Angola.

Assim entre muitas possibildades, podemos falar em uma angolanidade sociológica; antropológica; literária; política e cultural. Cada uma será definida de acordo com o campo disciplinar do lexema que o junta.

Um dos autores actuais que mais se tem batido sobre essa questão é Luís Kandjimbo, (1997) para quem,  a angolanidade trata-se de uma categoria de expressão nuclear de manifestações culturais angolanas, encontrando-se por ela, recobertas as práticas literárias orais e escritas.

Sendo a angolidade um conceito polimórfico na sua natureza e interpretação, congrega um conjunto de manifestações que transcendem os limites de uma interpretação  baseada somente em conhecimentos diacrónico e sincrónico da história de Angola.

Na  abordagem deste écletico conceito, Luis Kandjimbo entende também, que a angolanidade

congloba não só os resultados das estratégias de enunciação literária em língua portuguesa, mas de igual modo o sistema semiótico da oralidade, onde imperam outros códigos, nomeadamente paralinguísticos, cinésicos, proxémicos, lúdicos, etc. Donde se escoram as preocupações epistemológicas em fornecer uma definição instrumental da literatura angolana[4].

O eclecticismo do conceito de angolanidade reside no facto de ser definida e entendida sob o ponto de vista diacrónico e sincrónio e em várias vertentes.

Assim, podemos falar em uma angolanidade pré-independência; histórica, sociológica, literária e política.


[1] Paul Ricouer (1991 )  O si-mesmo como um outro . Trad. Luci Moreira Cesar. Campinas: Papirus.
[2] Nesta proposição, o autor fala da mesmidade e da ipseidade e procura definir ambos conceitos. A identidade como mesmidade é o idem. É um conceito de relação. Não existe sozinha. Se – e somente se – vinculada no/ao tempo é que pode ser avaliada. A identidade como ipeseidade é individual e única. Apesar de as duas remeterem à semelhança, ainda que de maneiras diferentes, a ipseidade não é a mesmidade e vice-versa.  Só o tempo às distingue no seu dialogismo com o espaço; em que as mudanças ameaçam; o tempo apaga, mas nenhum dos dois desfaz o ipse do sujeito e  o que permanece são fragmentos de relações entre ocorrências a respeito de um mesmo sujeito.
Para o autor (1991:140)  a literatura é um vasto laboratório onde são testadas estimações, avaliações, julgamentos de aprovação e de condenação pelos quais a narrativa serve de propedêutica à ética. Assim a literatura – e a narrativa literária – são laboratórios, ou seja, corresponde a espaço para testes do si em relação ao outro e, por isso, enquanto espaço/ tempo para a constituição/construção da(s) identidade(s).
[3] Inocência Mata (2012:58-61) Ficção e história na literatura angolana. O caso de Pepetela. Edições Colibri. Lisboa
[4]Luís Kandjimbo (1997 ) Apologia de Kalitangi. Ensaio e Crítica Instituto Nacional do Livro e do Disco. Luanda, Angola.


BIBLIOGRAFIA 

FRANÇOIS, Jean Kola ( 2005) Identité et institution de la littérature en Côte d. Ivoire. Université de Limoges. Côte d. Ivoire.
MATA, Inocência ( 1992) Pelos Trilhos da Literatura Africana em Língua Portuguesa. Pontevedra - Braga, Cadernos do Povo / Ensaio.
MUCCHIELI, Alex (1986)  L.identité. Paris, PUF.
 KANDJIMBO,  Luís (1997 ) Apologia de Kalitangi. Ensaio e Crítica Instituto Nacional do Livro e do Disco. Luanda, Angola.
RICOUER, Paul (1991 )  O si-mesmo como um outro . Trad. Luci Moreira Cesar. Campinas: Papirus.
 
VENÂNCIO, José Carlos (2000) O Facto Africano, Elementos para uma Sociologia de África. Fundação Joaquim Nabuco

outubro 23, 2013

ESTUDO COMPLETO

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA














À COMUNIDADE DE  LEITORES

Primeiro, agradecemos à todos pela frequência assídua ao nosso Blog, em segundo lugar,  informarmos que 
 já se encontra disponível na Internet o estudo completo sobre " Análise Crítica do Programa de Ensino da L.P na 7ª em Angola."

Para leitura clica no sublinhado a vermelho.

Resta-nos apenas reiterar votos de boa consulta e excelente proveito!

março 01, 2013

Aprendizagem do Vocabulário


Um Bicho de Sete Cabeças?



 

A comunicação é um processo que exige dos interlocutores o domínio de um conjunto de palavras. Quer seja oral e/ou escrita, a intercomunicação dependerá muito do grau de conhecimento, de uso, e de domínio do vocabulário.

Como conjunto de palavras de uma língua, aquelas usadas ou reconhecidas no dia-a-dia, o vocabulário torna-se assim imprescindível para a comunicação.

Uma breve análise histórica demonstra-nos as várias etapas da evolução dos métodos usados para o ensino do vocabulário: na Abordagem Áudio–lingual, o vocabulário era ensinado como suporte para a aprendizagem da gramática (Larsen-Freeman, 1986). O mesmo não aconteceu no Método de Tradução e Gramática (Zimmerman, 1997), pois neste a ênfase era o ensino do vocabulário comum, quotidiano, e a leitura de textos literários.

Mais recentemente, estudiosos da Linguística Aplicada advogaram a aprendizagem do vocabulário de forma ocasional, sem métodos explícitos, foram os casos de Krashen, (1989, 1993), Nagy, Herman & Anderson (1985) e Allen (1983) de um lado, e do outro, Coady, (1997); Carrell, Devine & Eskey, (1988); Dubin, Eskey & Grabe, (1986); Huckin & Bloch (1993) entendiam que se deve ensinar o vocabulário de forma explícita, sistemática, estruturada e dentro de um contexto.

Outras abordagens olham ainda para a instrução através do uso do dicionário, Bensoussan, (1983); Luppescu & Day, (1993); Nesi & Meara, (1994) e Grabe & Stoller, (1997) assim como o ensino explícito das estratégias para aquisição de vocabulário (Oxford & Scarcella, 1994); O’Malley & Chamot, (1990) como forma eficaz para a sua aprendizagem.

Actualmente, defende-se o ensino do vocabulário colocando à disposição do aprendente os vários métodos contemporâneos, e dando-lhe a possibilidade de escolher o(s) que melhor corresponde(m) à sua necessidade. Consideram-se nomeadamente pressupostos como: o tipo de tarefa a dar ao aprendiz; o estádio em que este se encontra no processo de aprendizagem da língua; a idade; o contexto situacional; os estilos de aprendizagem em que se enquadra e, ainda, as diferenças culturais e de estilos de aprendizagem cognitiva, como se refere também Rubin (1975).

Entendemos ser vantajoso esse modo ecléctico de actuação, por colocar o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem, e fazê-lo partícipe activo na construção do seu próprio conhecimento. Porém, advogamos por um lado que sejam, antes de tudo, explicitados os métodos desconhecidos, suas particularidades e focos de desenvolvimento, pois só o conhecimento prévio das várias opções dará ao aluno a possibilidade de uma escolha favorável.

Por outro lado, auguramos que o ensino-aprendizagem do vocabulário através do dicionário não seja o da tradução literal, mas que sirva de recurso facilitador na apreensão de significados de palavras desconhecidas, através da contextualização discursiva, ou seja, do ensino do vocabulário como rede de palavras associadas à unidade e coesão textual.

Para o caso da 7ª classe parece-nos já possível admitir que o aluno possa escolher a melhor abordagem para as suas necessidades de aprendizagem. Por isso, o PPLS lança-se ao desafio de levar o aluno a apreender criticamente o significado e a intencionalidade de mensagens veiculadas em discursos variados[1], através dos recursos colocados à sua disposição.

Esse objectivo, pensamos, sustenta-se nos conhecimentos prévios e conduz o aluno a aprendizagens mais aprofundadas do vocabulário no âmbito do significado e da intenção discursiva.

Ora o significado e a intenção estão intrinsecamente ligados às palavras que compõem as frases. Contudo, as palavras só terão valor interpretativo dentro do seu contexto espacial, temporal e sócio-interactivo em que acorrem. Por isso refractar o ensino do vocabulário dentro destas balizas, é mecanizá-lo, é superficialidade fortuita.
Neste prisma, depreendemos que o recurso a todas as Abordagens para o ensino do vocabulário pode ser perigosa para quem deve aprender o significado e a intenção veiculados em discursos variados.

Com esta visão, analisamos as metodologias, estratégias e exemplos sugeridos pelo PPLS para cumprir o objectivo predisposto, visualizando o quadro abaixo:

Quadro 5: O vocabulário no PPLS 7ª classe Reforma Educativa Angola


Tipo de texto

Objectivo

Metodologia

Estratégia

Exemplo


Narrativo

Apreender criticamente o significado e a intencionalidade de mensagens veiculadas em discursos variados.

Expositiva

Participativa

- Funcionamento da língua[2]

Localizar palavras no dicionário;
- Sinonímia
- Semântica (explica o sentido das expressões).


Descritivo


Ibidem


Ibidem


Ibidem
- Dicionário (distingue o significado da palavra).

Injuntivo

Ibidem

Ibidem

Ibidem

Não sugerido

Informativo

Ibidem

Ibidem

Ibidem


Ibidem

Poético

Ibidem


Ibidem

Ibidem

Ibidem

Da leitura e análise do Quadro verificamos o emprego de dois métodos: o participativo e o expositivo com recurso à sinonímia, ao dicionário e a outros exercícios como: a) explica o sentido das expressões; b) para saberes o seu significado, indica para cada uma a palavra que deves procurar no dicionário, c) indica os sinónimos[3].

Essas duas propostas metodológicas e estratégicas do Programa têm as suas vantagens e desvantagens dentro do contexto de ensino do PLLS na 7ª classe em Angola e dentro de compreensão e interpretação discursiva variadas.

Ora, conjecturamos que o método participativo pode ser vantajoso, na medida em que leva o aluno a participar activamente no processo de construção do seu próprio conhecimento. Porém não se aplica a todas as estratégias programáticas. Por exemplo, a consulta do dicionário pelo método participativo, pode descambar numa interpretação irreal, podendo conduzir o aluno a tradução literal. O mesmo pode acontecer com a sinonímia, já que será a partir de um dicionário através de associação de palavra próximas que o aprendente procurará encontrar o melhor significado para a palavra ou a frase que não perceba, por um lado. Por outro, devemos clarificar que uma coisa é o aluno dar o seu parecer voluntariamente mediante preocupações e matérias apresentadas pelo professor, outra é o professor indicar que o aluno faça uma tarefa mesmo contra a sua vontade: impor ao aluno a participação automática nas aulas, é pouco produtivo, ao passo que motivá-lo a participar voluntariamente é outra questão. Nesta vertente, sugerimos que sejam definidas as formas de participação, pois existem várias e nem todas se aplicam ao ensino do vocabulário para o caso específico de Angola. É por exemplo a consulta ao dicionário, sendo que poucos alunos sabem fazê-lo por si mesmos: porque nunca aprenderam e porque nas escolas e até mesmo em casa os dicionários geralmente são como oásis no deserto.

Quanto ao método expositivo, que não sirva apenas para ditado dos conteúdos mas que sirva também de momento e espaço de debate aberto sobre as questões do nosso vocabulário, muitas vezes distante do registo padrão, pelas especificidades sociolinguísticas.            
Chamamos a atenção do docente para, em primeiro lugar, analisar criticamente o material didáctico posto à sua disposição e, em segundo lugar, actuar sobre ele, quer inovando-o, quer respeitando as sugestões de trabalho que facilitem e promovam a aprendizagem do vocabulário. Caber-lhe-á ainda diversificar as ferramentas de actividades, claro, certificando-se de que: a) compreende os objectivos e metas do ensino do vocabulário da 7ª classe; b) conhece o tipo de auxílio vocabular mais favorável aos seus alunos; c) conhece um conjunto de estratégias entre as quais possa fazer sua escolha e por fim, d) precisa criar uma tabela na qual registará o desenvolvimento do vocabulário de cada aluno.

O reforço do plano de leitura deverá igualmente constituir apanágio para o ensino-aprendizagem do vocabulário pois leituras exaustivas e intensivas favorecem a aquisição de bom arcaboiço vocabular, dado como advoga Chagas (1979: 160) estudar o vocabulário de uma língua, longe de consistir unicamente em dar novos símbolos a coisas conhecidas, é principalmente receber, com as palavras o que há de comum nas “ideias – crenças” que envolvem, vitalizam e dão significado às coisas e aos factos no país onde se fala essa língua, e a interpretação e compreensão discursiva é colocada também nestes termos para a 7ª classe.



[1] INIDE (2003) Programas do Ensino Secundário, 1º Ciclo, Língua Portuguesa 7ª classe. Angola.
[2] É uma secção do Manual do Professor com exemplos de como trabalhar o vocabulário.
[3] MESQUITA, Helena (2005). Língua Portuguesa, 7ªclasse, 1º Ciclo do Ensino Secundário, Manual do Professor. INIDE. Angola.