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outubro 26, 2012

Material didáctico (currículo, programa, manual)

 Língua Portuguesa 7ª classe em Angola

 

 O material didáctico é um recurso imprescindível para o processo de ensino e aprendizagem. 


A qualidade e diversidade do material didáctico colocado à disposição dos alunos e professores podem contribuir para o desenvolvimento das diferentes capacidades e competências, permitindo igualmente, a    consolidação das aprendizagens efectuadas.  

Em Angola, a 2ª Reforma Educativa concebeu para o ensino do PLS à 7ª classe, dois materiais didácticos oficiais: o Programa e o Manual.  

O Programa contém as orientações curriculares e está organizado essencialmente nos seguintes elementos: I - Introdução geral da disciplina; II- Objectivos gerais da disciplina no ciclo; III - Objectivos gerais da disciplina a classe que corresponde o Programa; IV - Conteúdos; V - Temas; VI – Sub - temas; VII - Tempo lectivo previsto; VIII - Sugestões metodológicas para cada tema, e por fim, IX - Avaliação.  

O Manual é o instrumento materializador das orientações do Programa. O da 7ª classe tem 208 páginas, e organiza-se em 6 unidades. As 5 primeiras são de tipologias textuais (narrativos, descritivos, poéticos, informativos e injuntivos) e a última é um bloco gramatical que ressume toda a matéria de gramática programada para esta classe.  

Este material didáctico é normalmente complementado por outros, decorrentes por sua vez das necessidades e possibilidades pessoais de cada professor. Incluem-se aqui gramáticas, dicionários e prontuários, fundamentalmente.

Dos dois materiais didácticos da Reforma, o nosso Trabalho trata somente do Programa, e divide-o em dois blocos de análise: a dos conteúdos disciplinares por um lado, e a dos transdisciplinares por outro. 

Assim, no próximo capítulo, abordaremos o primeiro bloco, onde afloramos às questões de aprendizagem dispostas no Programa no domínio da oralidade, da leitura, da escrita, do vocabulário e da gramática, através das tipologias textuais: narrativa, descritiva, injuntiva, informativa e poética.  

Pensamos ser favorável, essa estrutura sugerida pelo Programa, claro, desde que haja sintonia com as metodologias e estratégias conducentes à proficiência comunicativa do aluno.

Bibliografia

 

INIDE (2003) Programa de Língua Portuguesa da Reforma Educativa para o Ensino Secundário do Iº ciclo 7ª,8ª e 9ª Classe. Luanda, Angola 

JORGE, Leila. (1996) Inovação Curricular: Além da Mudança de Conteúdos. Editora Unimep, Piracicaba.

JOSÉ, E. da Assunção; COELHO, M. Teresa. (2004). Problemas de Aprendizagem. Editora Actica, Lisboa. 

JOSÉ, Morgado (2002). A Relação Pedagógica, Ensinar e Aprender. Lisboa, Editorial Presença.

LEIRIA, Isabel. (1999) Português Língua Segunda e Língua Estrangeira: Investigação e Ensino. Texto apresentado no 1º Congresso do Português Língua não-Materna, Fórum Telecom-Picoas, Lisboa.
 
LIBÂNEO, José Carlos, s/d, Didáctica, Cortez Editora, São Paulo
       

outubro 08, 2012

Objectivos específicos do ensino da língua portuguesa



Apesar das desconfianças académicas que esses objectivos e de forma geral, a reforma em si, seja um decalque de uma das reformas que aconteceu em Portugal, não nos inibimos de tratar o assunto com o rigor que merece.

 

A língua portuguesa na 7ª classe possui objectivos gerais e específicos, estes últimos enquadrados por assuntos temáticos.


Assim sendo, temos :

             Objectivos gerais

  •   Conhecer a Língua portuguesa adequando o seu uso correcto às diferentes situações de comunicação.
  •  Compreender as características das tipologias textuais e a contextualização dos discursos.
  • Compreender enunciados orais e escritos através da informação captada.
  • Apreender criticamente o significado e a intencionalidade de mensagens veiculadas em discursos variados.
  •    Analisar e interpretar textos através da apropriação progressiva de instrumentos linguísticos e literários.
  •   Compreender uma sistematização de conhecimentos sobre o funcionamento da língua a partir de situações de ocasião.
            

 Objectivos específicos

             Texto narrativo 

I.             Consolidar a integração do texto narrativo nos domínios do oral e do escrito;

II.            Reconhecer as características linguísticas deste tipo de texto;

III.          Inferir a superstrutura deste tipo de texto;

IV.          Aprofundar a prática da sua escrita a partir de intenções variadas;

V.           Aperfeiçoar a competência escrita pela utilização de técnicas de auto e hetero-correcção.

             Texto descritivo

I.             Desenvolver a observação;

II.            Distinguir e integrar a descrição nas várias situações de comunicação orais e escritas;

III.          Verificar as características específicas do texto descritivo;

IV.          Reconhecer as características linguísticas deste tipo de texto;

V.           Aprofundar técnicas de escrita deste tipo de textos;

VI.          Aperfeiçoar a competência da escrita pela utilização de técnicas de auto e hetero – avaliação.

             Texto injuntivo/Apelativo 

I.             Desenvolver o processo cognitivo através da organização de um plano cronológico de acção;

II.            Verificar as finalidades pragmáticas de um enunciado injuntivo;

III.          Aprofundar técnicas de escrita deste tipo de textos;

IV.          Reconhecer as características linguísticas deste tipo de texto;

V.           Aperfeiçoar a competência da escrita pela utilização de técnicas de auto e hetero-avaliação.

             Texto informativo

I.             Desenvolver o conhecimento no domínio dos fenómenos sociais, culturais, da ciência, do 
desporto;

II.            Consolidar a integração do texto informativo no domínio do oral e do escrito;

III.          Reconhecer as características linguísticas deste tipo de texto;

IV.          Aprofundar a prática da sua escrita, a partir de intenções variadas;

V.           Aperfeiçoar a competência oral e escrita pela utilização de técnicas de auto e hetero-correcção.

             Texto poético

I.             Desenvolver aspectos criativos, emotivos e estéticos;

II.            Verificar processos de ritmos e de melodia da frase, estrofe ou verso;

III.          Construir textos lúdicos e eventualmente poéticos, a partir do levantamento de campos lexicais;

IV.          Ler textos literários que suscitem adesão pelo ritmo, sonoridade e universo recreado;

V.           Recitar textos memorizados;

VI.          Aperfeiçoar a competência da escrita pela utilização de técnicas de auto e hetero-avaliação;

VII.         Aprofundar a prática da escrita a partir de intenções variadas.


Bibliografia

Programa do Ensino Secundário, 1º Ciclo, INIDE, 2003, Língua Portuguesa 7ª classe. Luanda. Angola




setembro 24, 2012

A língua portuguesa na 7ª classe


Depois de duas semanas, hoje arrancamos com a abordagem deste tema. Posteriomente, seguir-se-ão outros, conforme consta da nossa planificação.





A 7ª classe é a primeira de um conjunto de duas outras (8ª e 9ª) que perfazem o Iº ciclo do ensino secundário. Ela é a ponte entre o ensino primário e o primeiro ciclo do secundário. Sua posição estratégica na grelha da 2ªReforma Educativa de Angola confere-lhe, o estatuto de alfobre para as classes posteriores, por isso, deve ser bem estruturada em todos os seus aspectos didácticos, entre os quais a planificação. 
  
A planificação exige programas com objectivos claros, gerais e/ou específicos que sejam exequíveis.

Para a 7ª classe o ( Programa de Português Língua Segunda) PPLS define objectivos gerais e específicos, estes últimos enquadrados por temas. Lembramos que ambos, enquadram-se no objectivo macro do Iº Ciclo que visa essencialmente aprofundar o conhecimento da língua portuguesa de modos a dotar os alunos de proficiência comunicativa.

Porém, é na nesta classe, onde se dão os primeiros passos para o alcance deste objectivo, concretizado em pleno, apenas na 9ª classe.

Assim, o itinerário começa com os objectivos gerais, na ordem do conhecer a Língua Portuguesa adequando o seu       uso correcto às diferentes situações de comunicação[1].

Na sequência, prioriza-se a compreensão das características das tipologias textuais e a contextualização dos discursos, seguindo-se logo, a aprendizagem da composição escrita de textos: narrativos, descritivos, injuntivos, informativos e poéticos. Por fim, e ainda dentro dos objectivos gerais procura-se levar o aluno a:

Compreender enunciados orais e escritos através da informação captada.                          
Apreender criticamente o significado e a intencionalidade de mensagens veiculadas em discursos variados.       
Analisar e interpretar textos através da apropriação progressiva de instrumentos linguísticos e literários. Compreender uma sistematização de conhecimentos sobre o funcionamento da língua a partir de situações de ocasião. 
Aos objectivos gerais anexam-se os específicos, enquadrados nas tipologias textuais. Neste âmbito, o Programa definiu para cada tipo de texto, metas a serem alcançadas que passam essencialmente, pelo conhecimento e compreensão das estruturas do texto nas temáticas da oralidade; da leitura; da escrita; do vocabulário e da gramática. Verifiquemos à guisa de exemplo, esse processamento nas cinco tipologias textuais:
Texto narrativo (compreensão): Inferir a superstrutura deste tipo de texto.
     Esse objectivo demostra claramente que o aluno deverá saber identificar quando é que está em presença de um texto narrativo. Compreender a sua estrutura na medida do que aprendeu.
- Texto descritivo (oralidade): Distinguir e integrar a descrição nas várias situações de comunicação orais e escritas.
A oralidade, uma das chaves fundamentais na aprendizagem da língua segunda, também é prioridade nos objectivos específicos.
- Texto injuntivo (escrita): essa capacidade é prevista nos termos em que o aluno deverá aprofundar técnicas de escrita deste tipo de textos.

Essa ideia de continuidade e aprofundamento, reforça o fundamento de que a 7ª classe é um eixo fundamental para as próximas classes e escrever bem, é prioridade do Programa.

- Texto informativo (vocabulário): activo ou passivo, o vocabulário é fundamental na apreensão das mensagens veiculadas. Neste sentido, o Programa entende que o aluno deverá: desenvolver o conhecimento no domínio dos fenómenos sociais, culturais, da ciência, do desporto.
 
A separação de cada uma dessas áreas (sociais, culturais, da ciência e do desporto) pelo aluno requer, o domínio do vocabulário específico. Por isso, é um desafio que exigirá muito do professor e do aluno. Com efeito, mais adiante trataremos com mais detalhe e abrangência a questão do vocabulário.
-  Texto poético (gramática): A área da gramática é a mais invocada em todos os textos, quer explicita como implicitamente. Para o caso do texto poético, o Programa propõe-se levar o aluno a construir textos lúdicos e eventualmente poéticos a partir do levantamento de campos lexicais abrindo assim, portas para a aprendizagem e domínio continuados da gramática.
Apesar dessa condensação inicial, parece-nos ser um bom pressuposto para o aprofundamento das questões gramaticais. Entre muitas competências esse objectivo activará conhecimentos de escrita, semântica, pragmática e até de ordem metalinguística.
Do outro lado das questões disciplinares, temos no Programa as transdisciplinares, que embora pouco referidas, também ocorrem esporadicamente no processo de aprendizagem multifacetado do aluno. Entre as várias temáticas, as de índole económica, política, literária, cultural, histórica e geográfica, são as que mais saltam a vista, tudo tendente a contribuir para o desenvolvimento socioeconómico, político e cultural de Angola como prescrevem os objectivos da 2ª REA.  

Os conteúdos do Programa deverão ser leccionados em um ano, com uma carga horária de 4 aulas semanais, 16 por mês e 120 por ano. Cada aula tem o tempo regulamentado de 45 minutos, perfazendo 180 minutos por semana.

Contudo, mais do que planear objectivos, importará à sua materialização no terreno, sempre tomando em consideração que, deverão proporcionar actividades de aprendizagem que sejam: (a) activas - envolvimento dinâmico do aluno em termos de manipulação, experimentação, descoberta, etc.; (b) significativas - consideração das experiências escolares e para-escolares do aluno; (c) diversificadas - que possibilitem a utilização de recursos e materiais diversificados; (d) integradas - promoção da articulação e convergência de conceitos, conhecimentos, e competências de diferentes áreas e natureza e por fim (e) socializadoras - promoção das trocas culturais, a circulação partilhada de informação, criação de hábitos de interajuda, cooperação etc., como de resto advoga também Morgado (2001: 72).


[1] INIDE (2005) Programa de Língua Portuguesa do 1º Ciclo do Ensino Secundário. Luanda. pp.6-32.



Biografia

INIDE (2005) Programa de Língua Portuguesa do 1º Ciclo do Ensino Secundário. Luanda. pp.6-32

MORGADO, José (2001) A Relação Pedagógica. Diferenciação e Inclusão. 2ª edição. Lisboa. Editorial Presença.