UM SEMINÁRIO DE CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES.
Sumário:
Resumo
Ø Preliminares
§ Objectivos
gerais
§ Objectivos
específicos
I.
Que definição de
ensino/aprendizagem para o séc. XXI com às TIC's?
II.
A contextualização das TIC's:
ferramenta indispensável para aprendizagem significativa
III.
Que TIC's para EFP Cdt. L.L?
a) Facebook
b) Skype
c) Blog
d) Google Books
IV.
Bibliografia
Resumo
O desafio para o desenvolvimento de qualquer país, passa
pela aposta no ensino. Ensinar / aprender no séc. XXI, já não um bem à escolher,
mas uma obrigatoriedade e Angola não foge à regra. Não precisamos ir
muito longe para entender que as autoridades angolanas, deram-se conta deste
recado, abrindo mais escolas, criando mais e novas oportunidades enfim. Mas
estará este trabalho de acordo com às reais condições do país? O que significa
construir uma escola sem biblioteca ou
sem nenhum livro, computador, internet e pessoal necessário e capacitado?
Estas
e muitas outras perguntas podem ser formuladas e as respostas podem ir ou não
de acordo com o que se espera ou deseja.
Entretanto, existem perguntas que exigem resposta séria e imediata, são as que não cabendo ao Estado, é
responsabilidade de cada um de nós, educadores, professores? Estamos capacitados para
responder aos desafios actuais e contextuais do ensino com recursos às TIC's
nesta escola? Que e quantos programas dominas e usas na aula e fora dela? Que
dificuldades? Que perspectivas? Como reages quando todo o trabalho escrito de
um aluno, foi retirado da Internet sem mudar uma vírgula se quer, ou quando
apanhas o aluno a navegar e a publicar vídeos, fotos, mensagens e gifs animados
ou não no Facebook na aula?
Trataremos
aqui, não só do Facebook, mas também do Skype, do Blog e do Google Book,
algumas das muitas ferramentas das NTIC' que nos ajudam a crescer
profissionalmente e a inserir-se no mundo educacional do séc.XXI.
Conceitos
- chave: TIC's;
Contextualização do Ensino; Facebook; Skype; Blog, Google Book
Preliminares
§ Objectivos gerais
ü Abordar
a problemática da contextualização das TIC's na EFP CDT -L.LUBANGO
§ Objectivos específicos
ü Executar
tarefas com o Facebook, Skype, Blog e Google book
ü Despertar
o interesse do uso das ferramentas acima
ü Trocar
experiências sobre o uso/recurso às ferramentas supra
I.
A problemática do ensino-aprendizagem no séc. XXI com às TIC's?
Discorrer
sobre um conceito tão conhecido como o de ensino e aprendizagem é reproduzir, a
princípio, conhecimentos de há séculos, mas agregá-los à visão das Tecnologias
de Informação e Comunicação é aceitar o desafio de desbravar um território novo
e com muito caminho ainda por galgar. Como tudo, arriscar um conceito
essencialista desta tríade ( ensino/aprendizagem;
Tecnologia, Informação; Comunicação) não é aconselhável, contudo, necessário é,
adiantarmos hipóteses que nos pareçam mais sensatas.
A definição do processo de
ensino-aprendizagem agregado às TIC's deve partir do pressuposto, que se juntam
dois campos para formarem só um, ou seja, o cosmo pedagógico agrega-se à
mundividência das TIC's, e neste prisma, além de ser necessário conhecê-los em
separado, é fundamental saber que a junção de ambos, não apenas será o
somatório de conceitos, mas abertura de um novo campo científico, àquele que
resulta da transdiciplinaridade cientifica, um
marco indispensável na hodiernidade onde a pedagogia e a tecnologia
laboram para o mesmo objectivo: responder aos desafios de formação do homem do
presente e do futuro, como primeiro aspecto.
Um segundo aspecto
importante, a ter em conta nesta definição,
tem a ver com a influência que as TIC's exercem nas interacções humanas.
Esta influência é particularmente acentuada desde o surgimento da Internet.
Não se pode falar da sociedade da informação sem considerar a ligação em rede
de computadores à escala global, possibilitando o acesso imediato a todo o tipo
de informações e serviços. O conceito de rede, no entanto, não é novo. Os seres
humanos, como seres sociais, estão permanentemente envolvidos numa teia de
relações que desempenham um papel estruturante nos campos cognitivo e social. O
que assistimos, nos anos recentes, foi a um salto qualitativo, passando essas
teias de relações a incluir as redes telemáticas que põem cada um de nós em
contacto com pessoas e entidades dos quatro cantos do planeta.
As redes não são mais
do que estruturas que viabilizam a interacção entre os seres humanos e, desse
modo, a construção de significados (Blumer, 1969). Através da comunicação, elas
conduzem ao surgimento de comunidades e, desse modo, potenciam novas
oportunidades de comunicação. As comunidades conduzem ao estabelecimento de
valores nos quais se legitimam as redes inter-subjectivas onde os seres humanos
se inserem. Estas redes, como diz Lídia Silva (1999), enquanto teias de
comunicação e de comunidades, ou seja, enquanto redes de partilha,
participação, associação e formação de identidades, são, por um lado, produtos
e, por outro, produtoras da humanidade. Assim, redes inter-subjectivas existem
desde que existe humanidade mas «o fenómeno que se afirma como específico
dos finais do século XX é o facto de as redes terem vindo a sofrer um processo
de dilatação e complexificação progressiva, que culmina na globalização [como
resultado da convergência] das tecnologias da informática e das
telecomunicações» (p. 54).
A Internet permite
a cada indivíduo integrar-se, ajudar a transformar ou dar origem a redes
inter-subjectivas, e isso independentemente de constrangimentos,
espaço-temporais e da localização dos restantes parceiros com quem interage.
Potenciam-se, assim, mudanças qualitativas na identidade humana:
«O facto de (...) se
poder aceder aos mais variados tipos de informação sediada em computadores em
qualquer parte do mundo, se poder conversar (em tempo real) e corresponder com
pessoas espalhadas pelo mundo, se poder ter o seu espaço próprio de publicação,
faz com que se aprenda a ver e a sentir o mundo de modo diferente porque se
gera uma nova forma de conceber o espaço, o tempo, as relações, a representação
das identidades, os conhecimentos, o poder, as fronteiras, a legitimidade, a
cidadania, a pesquisa, enfim, a realidade social, política, económica e
cultural» (Silva, 1999, p. 55).
Como indicam diversos
autores, a Internet é sobretudo um lugar de hibridismo e nomadismo. O hibridismo
comporta uma dimensão de articulação entre o local e o global. Ligado à rede, o
indivíduo faz intervir tanto a sua inserção local como a sua pertença global.
Daí o facto de se falar em glocalização (intervimos no global a partir
da nossa representação local). Além disso, a Internet potencia um outro
hibridismo ao nível da linguagem ao acolher simultaneamente a escrita, a
imagem, o som e o vídeo, unidos por múltiplas referências (links), ou
seja, ao constituir um hipermedia.
Por sua vez, o
nomadismo resulta da ausência de atrito espaço-temporal, que convida à
mobilidade, dirigida por necessidades de informação, de saber e de pertença.
Ouçamos o que a este respeito nos diz Pierre Lévy:
«O espaço do novo
nomadismo não é o território geográfico nem o das instituições ou dos Estados,
mas um espaço invisível dos conhecimentos, dos saberes, das forças do
pensamento no seio da qual se manifestam e se alteram as qualidades do ser, os
modos de fazer sociedade. Não os organismos de poder, nem as fronteiras
disciplinares, nem as estatísticas dos mercados, mas sim o espaço qualitativo,
dinâmico, vivo, da humanidade que se inventa ao mesmo tempo que produz o seu
mundo» (1997, p. 17).
Como diz este autor,
os novos nómadas do ciberespaço procuram a informação, mas procuram também a
relação, a afirmação e a pertença a grupos. Ou seja, a Internet tem uma
dimensão social. As tecnologias em rede propiciam a existência de ambientes
intermediários entre mim e os outros, que permitem fundar comunidades reais, no
sentido em que existe interactividade entre os indivíduos, mas também virtuais,
na medida em que não existe presença física. Deste modo, os utilizadores da Internet
não são meros consumidores e produtores de informação, são também seres
eminentemente sociais que, ao usar a Internet, procuram pertencer a um
ou mais grupos e afirmar as suas convicções políticas, culturais,
profissionais, etc., ou que, outras vezes, procuram ajuda para ultrapassar as
suas dificuldades pessoais ou colectivas. Deste modo:
«A cadeia de criação,
manipulação e transmissão de conhecimento está a sofrer mutações devido ao seu
novo mediador —as Redes e Serviços Telemáticos— potenciando uma cultura
acêntrica, baseada num estilo de vida ‘compósito’, pontuado pela
descentralização e pelo sincretismo. O sujeito vive a possibilidade de
ambivalência entre o local e o global, entre o eu e o anonimato, entre o eu e o
outro do pseudónimo, entre a pertença e o desenraizamento, entre ser produtor e
consumidor de conhecimentos à escala global, entre a nacionalidade e o
cosmopolitismo, etc.» (Silva, 1999, p.
58).
A produção de
conhecimento em rede promove a heterogeneidade na medida em que faz convergir a
multiplicidade de competências e experiências para a resolução de um problema.
A sua disseminação por múltiplos sites e links faz com que os
conhecimentos não fiquem aprisionados nos seus contextos de produção. No
processo de elaboração intervêm indivíduos concretos, mas estes têm de adequar
os seus procedimentos aos pontos de vista e valores de todos os restantes indivíduos
envolvidos (é isso que faz deles uma comunidade). A reflexividade aparece como
o elemento de coerência aglutinadora, gerando o salto qualitativo do somatório
de inteligências para a inteligência colectiva (Lévy, 1997).
Deste modo, não
devemos ver o ciberespaço como um mero repositório de informação. Mais do que
isso, ele é um lugar propiciador da dinâmica social, em que a própria
informação perde o seu carácter estático e adquire uma dinâmica de mudança
constante, alterando-se, crescendo e permitindo aos seus criadores a sua
apropriação de forma transformadora. Ou seja, as TIC são tecnologias tanto
cognitivas como sociais. Uma tecnologia social permite que indivíduos com
interesses convergentes se encontrem, falem, ouçam ou desenvolvam uma interacção
com algum grau de durabilidade. É ainda Silva que afirma:
«O ser humano tem
tanta necessidade da informação como de sociabilidade, poder-se-á mesmo afirmar
que a informação é um instrumento ou componente para a promoção da socialização
e da sociabilidade, que é o objectivo primordial. Através dos grupos
sustentados pelas Redes e Serviços Telemáticos o sujeito tem uma ambiência
mista em que se funde a sociabilidade com a informação, com a vantagem de a
informação seja mais credível pelo facto de ter origem no círculo de
sociabilidades do sujeito» (1999,
p. 59).
Vemos assim que as
TIC alteram por completo o nosso ecossistema cognitivo e social. O indivíduo é
levado a empreender um processo de adaptação e reestruturação da sua rede
relacional e cognitiva. Na medida em que estas tecnologias prolongam e modelam
as suas capacidades cognitivas e sociais, este processo tem consequência nos
modos como ele concebe a realidade e como se concebe a si próprio.
II. A
contextualização das TIC's: ferramenta indispensável para aprendizagem
significativa
A
contextualização das TIC's a realidade local é um processo complexo com dois
eixos principais de reflexão baseadas nas seguintes perguntas.
(1)
Por que usar às TIC's de acordo com a nossa realidade mundividencial?
(2)
Serão as TIC's moldáveis para qualquer contexto?
A
resposta a estas questões não deve ser feita de forma inocente nem
presunçosa. É necessário entender que a
contextualização limita as capacidades de exploração para os quais alguns
materiais foram concebidos. Por exemplo; se não haver energia, não teremos como
aceder a internet, porque o computador, o telemóvel ou outro instrumento
tecnológico não funcionará, sem carga elétrica. Apesar de ser uma realidade em
muitas escolas do país, não enveredaremos por ai, mas falaremos daquelas
condições"mínimas" que nos permitem fazer alguma coisa com as TIC's.
Portanto a contextualização será feita não só de acordo com as condições
parapedagógicas mas também escritamente pedagógicas. Assim, contextualizar será
não só adequar-se às condições de trabalho, ao material, mas também as
capacidades dos discentes e docentes que pretendam usar as TIC's na Escola.
Para
os discentes, só haverá aprendizagem significativa contextualizada se o
professor usar aquilo que for do seu alcance material e financeiro quer seja
com suas ou às expensas da Escola.
As
TIC's não serão moldáveis em todos os contextos por factores vários:
geográficos, económicos, políticos, educacionais etc. Na China por exemplo é
proibido navegar em determinados sites de informação ou seja, a internet e
vigiada, colocando em risco não só a liberdade de informação mas limitando
também o acesso às TIC's de forma específicas.
A
contextualização das TIC's terá como balizas fundamentais: tornar o ensino
significativo sem descorar as capacidades dos discentes tomando em consideração
os paradigmas actuais de ensino, onde não se julgam apenas os resultados mas os
meios para se chegar aos resultados, portanto os métodos, a motivação e matéria
devem enquadrar-se neste quadro.
III.
Que TIC's para EFP Cdt.
L.L?
a) Facebook
Facebook é um site e serviço de rede social que foi
lançada em 4 de Fevereiro de 2004 e que conta até agora com mais de 1 bilhão de
usuários activos em todo o
mundo.
b) Blog
Um blog é um site cuja estrutura permite a actualização
rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de
forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog,
podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a
política do blog.
c) Skype
Permite
entre outras coisas, fazer chamadas de voz, conversar por meio de vídeos cara a
cara com mais de 20 pessoas online. facilita também a transferência e
armazenamento de arquivos digitais.
d)
Google Books
Esta
ferramenta funciona como uma biblioteca virtual com milhões de livros à venda
mas que disponibilizam páginas inteiras com ou sem restrições de leitura.
Sem
querer fazer, uma conclusão formal, entendemos que todo ensino bem sucedido não
é resultado da importação de contexto, mas fruto da adequação ao contexto das
ferramentas criadas pelas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação, que
entre muitas funções visam:
Ø
Suprir
a falta de bibliografia
Ø
Comunicação
presencial virtual
Ø
Promover
debates e encontros virtuais
Ø
Projectar
a instituição dentro e fora das fronteiras nacionais
Ø
Competir
em termos de qualidade de ensino com outras instituições nacionais, regionais e
internacionais no quadro qualititativo dos objectivos do governo sobre a
reforma e da UNESCO.
Bibliografia
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directrizes da prática pedagógica.
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LUAIZA,
B.A. (2008) Pedagogia e Didáctica: duas
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as surpresas do previsível. Tese de Doutorado. Defendida na UFPE, Brasil